Decisão Da 1ª Turma Do Stf Mantém Prisão Preventiva De Comerciante Preso Pela Operação Kolibra

Decisão da 1ª Turma mantém prisão preventiva de comerciante preso pela Operação Kolibra


Preso no curso da operação Kolibra, da Polícia Federal (PF), que investiga uma quadrilha acusada de associação para o tráfico de entorpecentes e que já apreendeu mais de três toneladas de cocaína, o comerciante de Campinas (SP) Sérgio Adriano Simioni vai continuar preso preventivamente. A decisão, por maioria, foi tomada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que indeferiu na tarde desta terça-feira (12) o Habeas Corpus (HC) 92729.


A defesa do comerciante alegava, nos autos, que Simioni encontra-se preso há mais de 400 dias, e que durante todo esse tempo não teria sido realizado sequer um ato da instrução criminal. Tal fato configuraria, para o advogado, excesso de prazo. Ele citou o Pacto de São José da Costa Rica – do qual o Brasil é um dos signatários, e que garante a todo acusado, principalmente preso, o direito de ter seu processo julgado em prazo razoável.


De acordo com o Ministério Público (MP), a operação Kolibra é uma investigação complexa, que envolve mais de 125 decretos de prisão preventiva, e já interceptou 250 linhas telefônicas, com um total de mais de 900 mil conversas telefônicas acompanhadas pela Polícia Federal, com autorização da justiça. O tamanho da operação, de acordo com o MP, torna razoável a suposta demora no prazo do processo.


O ministro Marco Aurélio, relator do habeas, votou pela concessão da ordem. Para ele, o prazo razoável do processo deve ser analisado de forma objetiva. O Estado deve se aparelhar para julgar em tempo minimamente razoável os processos, principalmente de réus presos, ressaltou o ministro.


Com entendimento divergente do relator, o ministro Carlos Alberto Menezes Direito votou pelo indeferimento do pedido. Além do decreto de prisão preventiva atender todas as exigências do artigo 312 do Código de Processo Penal, disse o ministro, é clara a complexidade deste processo, que envolve 125 prisões, 900 mil interceptações telefônicas e apreensão de mais de três toneladas de drogas, de acordo com as informações do Ministério Público. Acompanharam o voto do ministro Menezes Direito a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha e os ministros Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto.

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